
As crianças e adolescentes brasileiros têm, em média, mais excesso de
peso que déficit de massa corporal, segundo estudo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta
quarta-feira (28). De acordo com o relatório, 33,5% das crianças de 5 a 9
anos estão com sobrepeso, contra 4,1% com déficit de massa corpórea.
Chamado de Síntese de Indicadores Sociais 2012, o estudo reuniu dados de
levantamentos anteriores do instituto, como a Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF) de 2008 e 2009 - último período em que o estudo foi
realizado - e a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense).
Entre os jovens com 10 a 19 anos, um quinto ou 20,5% deles apresentam
sobrepeso, contra 3,4% com "magreza" excessiva, indica o estudo. Os
números sobre excesso de peso são preocupantes, diz a pesquisadora
Bárbara Cobo, da área de indicadores sociais do IBGE e uma das
responsáveis pelo estudo.
Bárbara avalia que a alimentação desequilibrada e a pressa para comer
são características do mundo dos adultos que também afetam os jovens.
"Você precisa mudar os hábitos nas escolas, mas também em casa, precisa
ser um trabalho em conjunto nos dois ambientes", diz.
Os temas da merenda e dos alimentos saudáveis na rede escolar têm sido
muito debatidos, mas marecem atenção, afirma a pesquisadora.
A obesidade (estágio superior ao sobrepeso) também foi destacada no
relatório recém-lançado. Pelo menos 11,8% das meninas e 16,6% dos
meninos entre 5 e 9 anos foram considerados obesos, segundo o IBGE. No
grupo de 10 a 19 anos, 4,9% das crianças apresentaram quadro de
obesidade.
Nas escolas
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), que integra o
relatório, aponta que 16% dos jovens no 9º ano do ensino fundamental
estavam com sobrepeso quando o estudo foi realizado, em 2009. Já o
déficit de massa corporal atingia só 2,9% destes jovens, número bem
menor do que os com excesso de peso. Outros 7,2% estavam obesos.
A pesquisa avalia o estado nutricional dos estudantes de todas as
capitais brasileiras, segundo o IBGE. Apesar de as amostras analisadas
serem distintas, o instituto afirma, no relatório recém-divulgado, que
"os dados [da Pense] são coerentes com aqueles captados para o grupo de
10 a 19 anos de idade investigado na POF 2008-2009".
Dados regionais
A capital com maior número de estudantes do 9º ano do ensino fundamental
acima do peso é Porto Alegre (20,1%), diz o IBGE. Na sequência estão
Rio de Janeiro (18,3%) e Florianópolis (17,2%).
No caso das crianças de 5 a 9 anos, faixa analisada na POF, o excesso de
peso é mais comum nas regiões Sudeste (39,7%), Centro-Oeste (37,9%) e
Sul (36,3%). A situação é parecida com a encontrada entre os jovens de
10 a 19 anos - o sobrepeso é maior nas regiões Sul (26,9%), Sudeste
(24,4%) e Centro-Oeste (23,9%), de acordo com o IBGE.
Dengue e mortalidade infantil
O relatório aponta outras informações sobre a saúde dos brasileiros.
Segundo o Datasus, houve queda de 9,6% na taxa média nacional de
incidência da dengue, entre 2001 e 2009. Em 2001, foram 226 casos por
100 mil habitantes, contra 204,3 casos por 100 mil habitantes em 2009.
No Brasil, 52,2% das mortes de crianças menores de um ano
concentravam-se na primeira semana de vida, em 2009, e 31,4% no chamado
período pós-neonatal (com 28 dias ou mais), ainda de acordo com o IBGE.
No caso da mortalidade de crianças recém-nascidas, a chamada mortalidade
neonatal (que ocorre até os primeiros 27 dias de vida), o Brasil
atingiu índice equivalente ao da média da América Latina (dez mortes
para cada 100 mil nascimentos), em dados da Unicef de 2011 reunidos no
relatório recém-lançado.
O país, no entanto, registrou o dobro de mortalidade de crianças com até
27 dias de países vizinhos, como Chile e Uruguai (cinco mortes para
cada 100 mil nascimentos), e mais do que a Argentina (sete mortes para
cada 100 mil). Para a pesquisadora, houve grandes avanços no combate à
mortalidade infantil no Brasil, mas é possível melhorar ainda mais os
indicadores de mortalidade neonatal. "Poderia haver mais investimentos
na rede [de saúde] para assistência a mulheres grávidas, por exemplo",
avalia.
Aids
A incidência de Aids no Brasil manteve-se constante entre 2001 e 2008,
segundo os dados do Datasus compilados no relatório. O IBGE, no entanto,
chama a atenção para o aumento da doença no Norte e no Nordeste, com
elevação de 108,3% e 52,4% dos casos registrados, respectivamente, em
cada uma das regiões. O crescimento da incidência da doença se deu de
forma mais significativa entre as mulheres, de acordo com o instituto.
No caso da tuberculose, houve uma redução na incidência de 10,3% no país entre 2001 e 2009, segundo os dados do relatório.
Fonte:
Programa Bem Estar
Fonte:
Programa Bem Estar
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